As Dificuldades do Planeamento de Carreira para as Mulheres

Publicado em 26 de Março de 2015

Muitas das nossas vidas exigem planeamento - planeamos as nossas próximas férias, planeamos o que vamos comer esta semana, quem vamos ver, e o que vamos fazer. Mas por vezes, através do dia-a-dia da vida e das nossas responsabilidades no trabalho, esquecemo-nos de planear as nossas carreiras. De repente, meses, e depois anos passam.

Estamos a trabalhar no campo em que queremos estar ou para a empresa para a qual queremos estar a trabalhar? Estaremos realmente a gostar do trabalho que fazemos? Será que gostamos das pessoas com quem trabalhamos? Será que o trabalho se enquadra nas nossas vidas? Será que as nossas vidas se encaixam no trabalho? Estaremos a receber o apoio de que necessitamos? Quando se trata de planear as nossas carreiras, parece que isto é algo em que os nossos colegas homens são muito melhores, devido a um conjunto de factores.

Tendo participado recentemente no AHRI International Women's Day Breakfast e tendo lido o livro de Annabel Crabb, A Seca da Esposa, parece que enquanto os homens são bons no planeamento de carreiras, as mulheres têm falta de desempenho. Como Sheryl Sandberg disse no seu muito aclamado livro, Incline-seAs mulheres inclinam-se mais para fora do que para dentro, e no processo colocam o planeamento da carreira em segundo plano.

Num jantar recente, as mulheres com quem estive sentaram-se muito claramente em dois grupos - de acordo com o seu estatuto profissional. O primeiro grupo queria ganhar o máximo possível durante os seus 20 anos de idade. Acreditavam que não voltariam a trabalhar na casa dos 30 anos, se é que alguma vez voltariam a trabalhar, por quererem estar em casa. O segundo grupo não estava muito agitado com o que aconteceu com as suas carreiras. Também eles disseram que nos seus 30 anos as suas carreiras não iriam importar, estariam em casa de qualquer maneira.

Acho isto incrivelmente triste. Será que ainda estamos na fase em que as mulheres sentem que as suas carreiras só durarão cerca de 10 anos antes de se inclinarem e assegurarem o sucesso dos seus maridos enquanto cuidam das coisas em casa? Talvez para alguns isto seja óptimo, mas não deveria ser um dado adquirido - deveria ser uma escolha. Independentemente do sexo, todos deveriam ter a oportunidade de planear as suas carreiras.

Tenho ouvido repetidamente os meus colegas homens sentarem-se com os seus gestores e traçarem o mapa da sua carreira. As mulheres? Nem por isso...

Há alguns anos trabalhei numa pequena empresa onde era a única fêmea entre 8 machos. Fui frequentemente apresentada como a fêmea simbólica e, embora eles fossem sempre corteses e educados, era muito óbvio porque é que eu estava empregada lá. Têm de dizer que numa indústria dominada pelos homens abraçaram todos os géneros... Desculpe, mas 1 em 8 não está realmente a abraçar a igualdade de género. Então, como é que fazemos as coisas mudar? Como é que encorajamos as mulheres a envolverem-se e a planearem as suas carreiras?

Precisamos de analisar os papéis das mulheres no local de trabalho e em casa para as ajudar a alcançar o equilíbrio certo entre o seu trabalho e as suas vidas, permitindo ao mesmo tempo o seu sucesso a todos os níveis. Uma das minhas ex-chefes conseguiu trabalhar 4 dias por semana com 1 dia em casa. Dependendo do horário de acolhimento de crianças, ela também começou cedo e terminou cedo ou começou cedo e terminou a trabalhar assim que as crianças estavam na cama. Isto é o que eu chamo flexibilidade na vida profissional. Permitiu-lhe fazer o trabalho que queria, mantendo o equilíbrio de ser uma cuidadora e cuidar do lar como ela queria fazer.

Temos de levar a sério o planeamento de carreiras para todos. Se as suas funcionárias tiverem de se inclinar durante um período de tempo enquanto têm filhos, isso não as deve impedir de ter um plano de carreira em vigor nem de serem encorajadas a regressar à força de trabalho depois dos filhos. Há demasiadas mulheres que sei que são ignoradas quando se trata de progressão na carreira e é altura de olharmos para outras opções para a forma como podemos criar uma cultura de trabalho mais equilibrada e abrangente para todos.


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